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domingo, 25 de setembro de 2016

II Eliminatória da TAÇA DE PORTUGAL em futebol - F.C. MOSTEIRENSE 0 - 2 F. C. FAMALICÃO

O guarda-redes Janela foi o homem do jogo. O herói improvável num encontro entre duas equipas com realidades diferentes. Um Famalicão profissional e um Mosteirense com uma equipa amadora. Não foi no entanto uma derrota num jogo de domínio avassalador. Isto porque o Mosteirense foi uma equipa muito equilibrada, sofrendo apenas dois golos de bola parada. Isso em grande parte também se deve à exibição soberba de Janela .



F.C.Mosteirense - João Janela (GR), Ricardinho, Paulo Emílio, João Cordeiro, João Carapinha, Rafael Mendes, Miguel Cardoso, Hugo Ponteiro, Filipe Pacau e André Camilo
Treinador - Jorge Moura
F.C. Famalicão - Gabriel (GR), Angelo, Nailson, Diogo Cunha, Medeiros, Fred, Correia, Joel, Nera, Patrick e Perre.
Treinador - Ulisses Morais
Árbitro - João Bento da A.F. de Santarém

O Futebol Clube Mosteirense perdeu a II Eliminatória da Taça de Portugal frente ao F.C. Famalicão mas caiu de pé. Não foi uma derrota humilhante mesmo perante duas realidades completamente diferentes. A equipa dos Mosteiros, actual Campeã Distrital da Associação de Futebol de Portalegre foi uma equipa bem estruturada no plano defensivo, isto porque não pôde contar com quatro das suas principais unidades, como os dois centrais e os dois avançados, António Pinheiro, o capitão Rosinha, Fernando e Rui Toscano.
É verdade que o Famalicão esteve quase sempre instalado no meio campo do Mosteirense que, num misto de 4-1-4-1, ou por vezes num 4-5-1, não permitia ao adversário entrar com grande facilidade no seu reduto.
No primeiro quarto de hora o Famalicão enviou uma bola ao poste por Diogo Cunha. O mesmo que teve um remate de fora da área sem perigo. Ainda Nailson falhou um remate na cara do guarda redes Janela.
Foi este mesmo João Janela que se tornou no homem do jogo. No herói improvável numa tarde em que Jorge Moura ficou sem Pacau na frente por lesão, sendo substituído pelo jovem João Careto.
Já iam decorridos 22' quando o Famalicão faz o seu primeiro golo através de um pontapé de canto, sem hipótese para Janela.
O Mosteirense tinha dificuldade em chegar à frente, mesmo com a equipa de Famalicão muito adiantada no terreno não havia homens para meter a bola nas costas dos defesas. Só aos 40' o Mosteirense de um livre, Carapinha visou as redes de Gabriel, sem perigo.
Veio a segunda parte e começou o festival Janela, com uma grande defesa a remate de Fred, logo de seguida a negar o golo a Ângelo.
Ao chegar aos 60' de jogo, Ulisses Morais sentiu necessidade de mexer no jogo porque, daquela forma era difícil materializar em golos a superioridade da sua equipa. Fez entrar ao mesmo tempo Chico e Feliz, para dar outra dinâmica ao ataque da sua equipa.
Aquilo que é habitual no Mosteirense, meter a bola nas costas das defesas contrárias, só aconteceu com Hugo Ponteiro aos 65' mas o árbitro auxiliar levantou a bandeirola assinalando fora de jogo.
O segundo golo do Famalicão surgiria poucos minutos depois. Novamente de bola parada com Diogo Cunha a saltar na área mais alto que Janelas e a cabecear para o fundo das redes.
Passados três minutos também através de um livre directo, o Mosteirense teve oportunidade de reduzir, quando Cordeiro bateu a bola mas Gabriel conseguiu segurar o esférico.
Ambos os treinadores esgotaram as substituições no intuito, um de aumentar a vantagem e outro de reduzir. Seria este o resultado com que se chegou ao final do jogo quando o árbitro João Bento (que apenas mostrou três cartões amarelos), apitou indicando aos jogadores os balneários. Esperava-se mais público nas bancadas do Estádio Municipal “Francisco Palmeiro”, onde a claque nortenha se mostrou muito ruidosa e com um vocabulário pouco usual por estas paragens.
No final do jogo, na conferência de imprensa, Ulisses Morais reconheceu que “o importante era ganhar esta eliminatória”, fez descansar alguns dos seus jogadores mas, reconheceu que sabia que ”não ia ser fácil defrontar esta equipa do Futebol Clube Mosteirense que se mostrou muito organizada defensivamente”.
Jorge Moura questionado pelo N.A. Na conferência de imprensa, reconheceu a falta dos quatro jogadores ausentes “pela importância que têm na equipa mas, satisfeito com os que jogaram”. Frisado que o Mosteirense, “uma equipa amadora, se bateu com dignidade contra uma equipa de um divisão superior, com um nível profissional, que treina todos os dias”, enquanto que a sua só o pode fazer duas ou três vezes por semana. Para terminar Jorge Moura quis realçar que este jogo foi mais um, tendo em vista aquilo que é a realidade do campeonato distrital, onde a equipa se encontra e que ainda nem começou.
O Futebol Clube Mosteirense saiu desta eliminatória da Taça de Portugal com dignidade, batendo-se com aquilo que são as suas armas: Entrega dos seus jogadores, espírito solidário e de grande amizade entre todos os jogadores.
Para o ano, o Mosteirense pode vir a estar novamente nesta prova, porque continua a ser um dos fortes candidatos a liderar o Campeonato Distrital Sénior da 1ª Divisão Distrital da Associação de Futebol de Portalegre. 

Texto-F.Marques|Fotos-Gonçalo Semedo