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segunda-feira, 27 de junho de 2016

A Casa Descrita, a apresentação da última obra de Fátima Velez de Castro

Não diria que foi a apresentação com aquele carácter formal da apresentação de uma obra literária. Diria antes que foi um encontro informal da escritora com os seus conterrâneos para lhes dar a conhecer este seu novo livro de poemas, A Casa Descrita. O que aconteceu na tarde do dia 26 de Junho no Centro Cultural de Arronches

Conhecemos bem a Fátima, pois com o seu irmão Luís, ao longo de vários anos enriqueceram o Notícias de Arronches com a sua prosa a duas mãos. Os seus/nossos "Mano-a-Mano". 
A Fátima tem a simplicidade dos eleitos. Tem essa capacidade de observação de tudo o que a rodeia e que reflecte de uma forma muito pessoal na sua poesia, que por vezes é necessário descodificar, como afirmou o Professor Dr. Manuel Ferro que apresentou o livro da Fátima. Também de alguma forma, se assumiu como editor. Isto porque o ilustre professor e grande conversador, é o Presidente da Associação Filantrópica que editou A Casa Descrita.
Na abertura desta apresentação/encontro, Fermelinda Carvalho, Presidente da Câmara Municipal de Arronches referiu que “o Município agradece que tenha escolhido este local para fazer a apresentação do seu livro”, porque o Município está sempre receptivo a este tipo de eventos e “sendo uma filha da Terra ainda nos deixa mais orgulhosos”. Lembrou que a Fátima é uma pessoa “que neste momento não vivendo em Arronches, está sempre muito ligada à Terra”, acrescentado que “a família Velez são pessoas pelas quais tenho muita estima”. Terminando de alguma forma, lançando o desafio à escritora/poetisa para aqui mesmo, neste Centro Cultural, apresentar a sua próxima obra.
O Professor Manuel Ferro manifestou o seu prazer embora não sendo o “apresentador oficial” da obra da Fátima, como disse, tem muito gosto em fazê-lo. Quanto à obra em si, dividiu-a em quatro partes, apreciando e comentando cada uma delas. Dizendo que a autora de A Casa Descrita, tem a capacidade de retirar algo de cada um dos grandes vultos da escrita e acrescentar-lhe o seu cunho pessoal.
Para o professor a obra de Fátima Velez de Castro que não se esgota num só livro “é feita de conteúdos e riqueza pela maneira como olha o mundo”. Afirmando que “a Fátima dá-se ao gozo de brincar com os jogos de palavras”. Para concluir que este livro “é o amadurecimento literário e poético da Fátima”, onde revela a sua “visão do mundo, e que revela um grau superior de elaboração conceptual, num mundo poético mais pessoal, mais privado”.
A autora no uso da palavra foi breve e reafirmou que as suas origens estão sempre presentes. Disse mesmo que gosta que a reconheçam como a filha do Chico Velez e da Maria da Encarnação (já se tinha sentido constrangida, quando a presidente a tratou por doutora, o que é revelador da sua simplicidade como ser humano). Mesmo em Coimbra onde vive deste os seus 17 anos, faz questão de se afirmar como “alentejana e arronchense”. Recordando que mesmo fora do país, quando lhe perguntam a sua origem diz sempre: Sou portuguesa de Arronches. Isto é bem revelador do seu apego à sua Terra e às suas raízes.
Agradeceu a presença de todos, à Câmara Municipal pela apresentação do livro em plenas Festas de São João, revelando que os primeiros livros que comprou, foram precisamente na Feira do Livro destas festas. Confessou que, ao contrário do que aconteceu em Coimbra aquando da apresentação do livro que não falou e sentiu-se “envergonhada”, aqui não. Antes pelo contrário, revelou o prazer que era estar a falar da sua obra perante um plateia de amigos e familiares. Terminou por dizer que Arronches está viva, está dinâmica e recomenda-se. Fez uma referência muito especial à criação por parte do Município da Academia Sénior, afirmando que costuma dizer em jeito de brincadeira que, “a Academia retira muitas pessoas ao Centro de Saúde”. Foi assim com esta simplicidade, esta capacidade de observação de tudo o que a rodeia, e no caso presente, no que diz respeito à sua Terra que leva por bandeira.