Tal como a grande maioria dos arronchenses, também eu sou
utente assíduo do Centro de Saúde.
Todos estamos conscientes e já aqui trouxemos o assunto,
sobre a sua localização e mesmo, concepção deste edifício público. Este
projecto revela desde há muito que o seu autor não foi feliz na sua projecção,
já que quanto à funcionalidade deixa muito a desejar.
Hoje numa consulta de rotina, deparei-me com a realidade que
ali se vive em tempo de chuva. Os baldes recolhem a água que se infiltra pelos
telhados e, que sendo em demasia, inunda os espaços que se querem secos, sem
humidade por uma questão, pelo menos de saúde pública.
As portas caiem dos caixilhos, deixando de ter o seu papel
na privacidade dos utentes.
Perante tudo isto, os que ali trabalham sentem-se impotentes,
pois as promessas do SNS são que tudo se irá resolver e andamos há anos assim.
Os sanitários não estão providos de meios auxiliares para
pessoas com deficiência. Por fora o edifício mostra bem o seu estado de
degradação. Por quanto tempo mais se manterá esta situação.
Novos 34 centros de saúde em 2017
"O ministro da Saúde anunciou em Outubro de 2016 a
construção de 34 centros de saúde no próximo ano, a maioria construídos de raiz
e as restantes reconstruções de unidades situadas em edifícios velhos, num
investimento superior a 34 milhões de euros.
Falando na comissão parlamentar de saúde, Adalberto Campos
Fernandes anunciou que foram feitos 34 protocolos com autarquias para aquela
que será a “maior vaga de construção de centos de saúde em 2017”.
Aos jornalistas, o secretário de Estado Adjunto da Saúde,
Fernando Araújo, especificou que a construção destes novos centros de saúde
conta com verbas de fundos europeus.
Paralelamente, os protocolos com as autarquias, que muitas
vezes cedem os terrenos, permitem que o processo de construção seja mais rápido
e que do ponto de vista fiscal tenha mais benefícios, acrescentou.
Embora sem especificar, Fernando Araújo adiantou que a
maioria destes 34 centros de saúde serão construídos de raiz e mais de metade
se situará na zona de Lisboa.
Cada protocolo como cada câmara corresponderá a um centro de
saúde.
O secretário de Estado adiantou que algumas obras já
começaram este ano, e a maioria demorará entre 12 e 14 meses a ficar
concretizada.
Fernando Araújo disse ainda que cada centro de saúde custará
em média mais de um milhão de euros, o que significa que o orçamento global
para esta obra ficará acima dos 34 milhões de euros.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, dos 34 centros
de saúde previstos, no âmbito dos protocolos assinados este ano, 23 serão na
região de Lisboa e Vale do Tejo, oito na região centro, um no norte, um o
Algarve e um no Alentejo.
Relativamente aos 23 previstos para a zona da grande Lisboa,
são quatro os “novos centros de saúde em execução/requalificação” e 19 os novos
centros de saúde em execução ou com protocolos assinados.
O total de centros de saúde a ser construídos (34) é
superior ao verificado nos últimos seis anos: entre 2010 e 2015 foram construídos,
respectivamente, 12, 13, 14, 12, 6 e 5 novos centros de saúde.
Só na região de Lisboa, foram construídos no mesmo período
6, 3, 8, 1, 3 e 2 centros de saúde, números muito inferiores aos 23
contratualizados este ano, segundo os mesmos dados do ministério". (Fonte e foto-Sapo.pt)
Portugal é Lisboa e o resto é paisagem. Não queremos um
investimento de 1 milhão de euros. Queremos um Centro de Saúde com o mínimo de
dignidade. Num investimento destas dimensões, o Alentejo é apenas contemplado
com uma hipótese. Este é o interior desertificado, envelhecido e esquecido.
Fernando N. Marques (Director)